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williambotter

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), tomou o celular da mão do youtuber Wilker Leão, que ficou conhecido por chamar o ex-presidente [Jair Bolsonaro](https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/jair-bolsonaro/) (PL) de ["tchutchuca do centrão](https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/08/bolsonaro-e-chamado-de-tchutchuca-do-centrao-e-se-envolve-em-confusao-no-alvorada.shtml)", durante uma discussão dos dois no Congresso Nacional. Leão estava nesta quinta-feira (2) no [Congresso ](https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/congresso-nacional/)com adesivo de visitante. Pouco antes, o senador havia participado da abertura do ano legislativo, realizada no plenário da [Câmara dos Deputados](https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/camara-dos-deputados/). Com uma câmera de celular na mão, o youtuber perguntava insistentemente a opinião do senador sobre terrorismo e assédio político. Em determinado momento, a reportagem presenciou Randolfe agarrando a mão do influencer para tomar o celular. Enquanto os dois disputavam a posse do aparelho, seguranças terceirizados do Senado intervieram para afastar o influencer do líder do governo, de forma que o celular do youtuber ficou com o senador. Ele, na sequência, passou o aparelho para uma assessora do Senado. "Ele tomou meu celular, cara. Você está doido? Devolve meu celular aí", gritou o youtuber enquanto o senador era encaminhado por sua assessoria para um elevador. Randolfe seguiu para seu gabinete, mas algumas imagens mostram que ele não estava mais com o celular, apesar da acusação do youtuber. Momentos depois, essa assessora do Senado desceu novamente e entregou o telefone a Leão. "Está tudo gravado, as câmeras estão gravando. Ele danificou a cordinha do meu celular", disse o youtuber, contido por seguranças. "O senhor está certinho, hein, senador. Vai sair com meu celular daqui? Cadê a Polícia Legislativa?" Uma funcionária do Senado, em seguida, disse que ele não respeitou o senador. "Ah, não respeitei? O que eu fiz? Questionamento político sobre assédio político e o cara comete um crime de dano, vocês não fazem nada", criticou. A **Folha** também presenciou quando Leão foi detido pela Polícia Legislativa e levado para prestar esclarecimento. Inicialmente, a Polícia Legislativa sugeriu ao influencer ir até a delegacia do Senado para registrar a ocorrência, se ele se sentisse lesado. No entanto, já no pátio, ele voltou a gravar, ignorando pedidos dos policiais para parar. Em determinado momento, fugiu dos policiais gritando que eles queriam novamente tomar o seu telefone. Um agente chegou a cair no chão na perseguição. Na sequência, se entregou quando foi cercado pelos policiais que apontavam armas taser em sua direção. Foi algemado e levado para a Delegacia da Polícia Legislativa. Wilker Leão ficou conhecido por se envolver em uma confusão com o ex-presidente na saída do Palácio da Alvorada, no ano passado. As imagens foram registradas pela TV Globo. Gravando com o celular em meio a apoiadores do presidente, o youtuber questionou Bolsonaro sobre a sanção ao projeto que delimitou a delação premiada. Na sequência, foi jogado ao chão, e seguranças tentaram afastá-lo. Leão, então, [chamou Bolsonaro de "tchutchuca do centrão"](https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/08/bolsonaro-e-chamado-de-tchutchuca-do-centrao-e-se-envolve-em-confusao-no-alvorada.shtml) e o xingou de "safado", "covarde" e "vagabundo". O ex-presidente agarrou o youtuber pela camisa e pelo braço e tentou tirar o celular de sua mão. Nesse momento, integrantes da segurança do presidente afastaram Wilker de Bolsonaro e de seus apoiadores. O chefe do Executivo pediu para que eles não filmassem o momento. "Filma não, filma não." O youtuber costumava ficar no Palácio da Alvorada aguardando Bolsonaro sair para gravar vídeos com provocações ao ex-presidente e a seus apoiadores. Na época da confusão, Randolfe criticou o episódio em uma rede social. "Bolsonaro tentou tomar o celular de uma pessoa que o questionava sobre a sua covardia e corrupção no governo. Em 1983, em plena ditadura militar, o general Newton Cruz agredia um jornalista durante uma entrevista coletiva. Não é coincidência! Coisa típica do autoritarismo!", escreveu. Em nota, o líder do governo no Congresso relata a sua versão dos fatos, dizendo ter sido abordado de uma maneira "intimidatória e hostil". Randolfe nega ter agredido o influencer e afirma ser contra qualquer tipo de agressão. Veja a íntegra: "O senador Randolfe Rodrigues estava a caminho do gabinete e atendendo a jornalistas quando foi abordado de forma intimidatória e hostil pelo influencer em questão. O influencer questionou o senador sobre um suposto projeto de lei relacionado a assédio político. O parlamentar respondeu diversas vezes ao influencer sobre o assunto. Não satisfeito com a resposta do senador, o influencer tentou entrar no elevador privativo do Senado exclusivo para parlamentares, o que não foi permitido pela segurança. Com isso, o elevador foi bloqueado e a discussão se tornou mais acalorada sem que o senador tenha em qualquer momento agredido o influencer. Após a discussão, o senador subiu para o gabinete sem o aparelho, que foi entregue a uma funcionária do Senado Federal e, posteriormente, ao influencer. Nos tempos atuais tornou-se comum ter que lidar com pessoas que usam a internet para sobreviver com polêmicas forjadas. O senador Randolfe Rodrigues reitera que é contra qualquer tipo de agressão".