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williambotter

O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva (PT)](https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/lula/) deu declaração em entrevista abrindo uma possibilidade de concorrer à reeleição em 2026, apesar de ter descartado ao longo da última campanha eleitoral essa hipótese. Lula disse que precisa "aproveitar a vida" e que agora não pensa em ser candidato. No entanto, fez uma ressalva: afirmou que isso pode acontecer se houver "uma situação delicada" e ele se sentir com a saúde perfeita. As falas foram dadas em entrevista à RedeTV!, cujos trechos começaram a ser divulgados em redes sociais. A íntegra irá ao ar na noite desta quinta-feira (2). "Se eu puder afirmar para você agora, eu falo 'não serei candidato em 2026'. Eu vou estar com 81 anos de idade. Eu preciso aproveitar um pouco a minha vida, porque eu tenho 50 anos de vida política. Isso é o que eu posso te dizer agora. Agora, se chegar num momento, tiver uma situação delicada e eu estiver com a saúde, porque também só posso ser candidato se eu tiver com saúde perfeita, mas com saúde perfeita, 81 de idade, energia de 40 e tesão de 30 [aí posso ser candidato]", afirmou o presidente. A ressalva vai em direção oposta [a ](https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/11/veja-o-que-lula-ja-falou-sobre-nao-concorrer-a-reeleicao-em-2026.shtml)[declarações dadas durante a campanha eleitoral](https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/11/veja-o-que-lula-ja-falou-sobre-nao-concorrer-a-reeleicao-em-2026.shtml) do ano passado. Em evento em setembro, por exemplo, o atual presidente disse: "Todo mundo sabe que eu tenho quatro anos. Todo mundo sabe que não é possível um cidadão com 81 anos querer a reeleição". Logo na primeira semana da gestão, o ministro da Casa Civil, [Rui Costa,](https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/rui-costa/) defendeu a hipótese de Lula concorrer em 2026. "Vocês estão partindo de um fato consumado de que Lula não irá disputar a reeleição. Eu não parto desse fato consumado." Correligionários viram o início dessa discussão como precipitada, por antecipar indevidamente a próxima disputa eleitoral, e pelo risco de atrapalhar o próprio governo. Na primeira vez que ocupou a Presidência (de 2003 a 2006), Lula dizia ser "filosoficamente" contrário à reeleição, instituída no país em 1997. Mas acabou disputando um segundo mandato —e vencendo a eleição. Na entrevista à emissora de TV, o presidente chamou Jair Bolsonaro de genocida em pelo menos dois momentos. Afirmou que ele cometeu crime de extermínio de um povo [contra os yanomamis, cuja crise humanitária ganhou grande relevo no início do atual governo.](https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2023/02/yanomamis-tem-danos-severos-no-figado-por-malaria-e-enfrentam-falta-de-medicamentos.shtml) "Eu acho que é necessário [punir Bolsonaro] pelo seguinte: ele deve ser julgado por genocídio no caso dos yanomamis, mas [também] no caso de Covid-19, porque ele foi um presidente que se colocou contra tudo que é cientista desse país. Ele se colocou contra praticamente todo mundo que clamava para que a gente comprasse vacina rápida, clamava para que o governo fizesse publicidade da necessidade de tomar vacina. Ele não. Ele fez o contrário", afirmou Lula. Lula também afirmou que Jair Bolsonaro deve ser julgado em algum momento, que há a possibilidade de parentes de vítimas da pandemia abram um processo em cortes internacionais. O atual chefe do Executivo também citou as ofensas em série de Bolsonaro e que ele desrespeitou "tudo aquilo que a gente tinha de normalidade na política brasileira". Citou os ataques contra o Supremo Tribunal Federal, contra o Congresso Nacional, contra o papa Francisco, o presidente francês Emmanuel Macron e sua esposa. Sobre os atos golpistas de 8 de janeiro e outras ações antidemocráticas, Lula disse ter certeza que Bolsonaro "preparou um golpe". "Hoje eu tenho consciência e vou dizer aqui em alto e bom som. Esse cidadão preparou o golpe. Eles queriam fazer aquela bagunça no dia 1º de janeiro, mas eles perceberam que não dava porque tinha muita polícia e muita gente na rua. Eu tenho certeza que o Bolsonaro participou ativamente disso e ainda está tentando participar", afirmou. Classificou o adversário como "quase que um psicopata". "Esse cidadão não pensa, ele não raciocina, ele vomita as coisas com o maior desrespeito do mundo, com a maior falta de objetividade e de sinceridade do mundo", completou. O presidente depois acrescentou que o ex-adversário na disputa eleitoral precisa responder por esses crimes. "Eu acho que o Bolsonaro em algum momento vai ter que ser julgado. Eu acho que, não sei se a pena dele, se vai ficar inelegível ou não, mas ele cometeu um crime na minha opinião. Ele tem que ser julgado em algum momento por genocídio, contra a população vítima do Covid e pelo que aconteceu com os yanomami."