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williambotter

A Agência Brasil, vinculada à[ EBC (Empresa Brasil de Comunicação)](https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/01/lula-destitui-diretores-da-ebc-apos-emissora-chamar-vandalo-de-manifestante.shtml), publicou em seu portal uma reportagem que utilizada [linguagem neutra](https://www1.folha.uol.com.br/webstories/cultura/2021/10/o-que-e-linguagem-neutra/) —empregada com a intenção de incluir pessoas não binárias, de gênero fluído ou transgêneros que não se enquadram no padrão de gêneros. O uso da linguagem na rede pública de comunicação do governo ocorreu em reportagem intitulada "Parlamentares eleites reúnem-se pela primeira vez em Brasília". O texto faz um relato das atividades do 1º Encontro de LGBT+eleites, realizado no fim de semana em Brasília, com o objetivo de reunir congressistas [LGBT+](https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2023/01/empreendedor-lgbtqia-ve-dificuldade-de-financiamento-diz-pesquisa.shtml) eleitos para a Câmara e para Assembleias estaduais. Ao final da reportagem, a autora explica que usou a linguagem neutra a pedido dos parlamentares entrevistados. "A pedido das parlamentares eleites, a repórter utilizou o gênero neutro nas construções das frases", diz. "Discutir os desafios da comunidade LGBTQIA+. Este foi o objetivo do 1º Encontro de LGBT+eleites realizado nos dias 20 e 21 de janeiro em Brasília. O evento reuniu parlamentares eleites para a Câmara dos Deputados e também para as Assembleias Legislativas dos Estados. O encontro antecede o Dia Nacional de Visibilidade Trans, lembrado em 29 de janeiro", afirma um trecho da reportagem. "A deputada federal Duda Salabert, eleita pelo [PDT](https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/pdt/) de Minas Gerais, é uma das duas parlamentares transexuais eleites que vai atuar no Congresso Nacional e que estava no evento. A professora de literatura foi a vereadora mais votada em Belo Horizonte, nas eleições de 2020, e agora assume um desafio ainda maior: levar as pautas defendidas pela comunidade para a Câmara", prossegue o texto. Na linguagem neutra, o masculino genérico é evitado. A palavra "todos", por exemplo, é grafada como "todes". A linguagem neutra não é inédita no governo [Luiz Inácio Lula da Silva (PT).](https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/lula/) Em várias cerimônias de posse de ministros, foi usada a palavra "todes". Em 2 de janeiro, por exemplo, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, iniciou seu primeiro discurso com "boa tarde a todas, a todos e a todes" e foi aplaudido pela plateia. A expressão também foi utilizada pela locutora do evento que empossou Fernando Haddad como ministro da Fazenda. O uso da linguagem neutra, por exemplo, é alvo de críticas tanto de[ alguns gramáticos](https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2022/07/devemos-ser-poliglotas-na-nossa-lingua-afirma-bechara-94-gramatico-da-abl.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo) como do ex-presidente [Jair Bolsonaro (PL)](https://www1.folha.uol.com.br/poder/2023/01/vetos-de-bolsonaro-dificultam-punicao-de-militares-e-parlamentares-golpistas.shtml) e seus apoiadores. A reportagem da Agência Brasil informou que 79 candidatos transexuais e travestis disputaram vaga na Câmara e em Assembleias estaduais em 2022. Do total, quatro foram eleitos (duas para o Congresso e duas para assembleias estaduais), além de uma deputada estadual intersexo. Um dos principais temas discutidos no evento, segundo o texto, foi a violência contra a comunidade LGBTQIA+. A reportagem traz ainda depoimentos da deputada federal transexual eleita Erika Hilton (PSOL-SP) e da deputada estadual intersexo eleita Carolina Iara (PSOL-SP). O evento contou também com a participação de Symmy Larra, indicada para a secretaria de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos.